O Futuro da Mineração Brasileira - Transversalidade ou Retorno ao Brasil Colônia

Publicado em 17/11/2022 as 16:06:30

Recentemente pesquisadores chineses da Universidade de Tsinghua, do Instituto de Tecnologia Avançada de Shenzhen sob a Academia Chinesa de Ciências (CAS) e britânicos do Instituto de Pesquisa de Metais sob o CAS e da Universidade de Manchester descobriram mais uma forma de utilização do nanomaterial. O óxido de grafeno reduzido pode extrair ouro de resíduos eletrônicos com alta eficiência e sem precisar de outros produtos químicos ou energia.

Outro fato não menos importante é que o empreendedor sul-africano-canadense, Elon Musk,  dono de uma fortuna estimada acima dos 260 bilhões de dólares, inaugurou em Berlim, na Alemanha e em Austin, nos Estados Unidos, duas de suas maiores plantas de montagem da Tesla.

Elon Musk visitou o Brasil, esteve no Estado do Amazonas dentre outros, demonstrando seu interesse em entrar para a mineração brasileira para a extração do Lítio, mas não é só o Lítio, existem outros minerais essenciais para a produção de carros elétricos, tais como, cobre, níquel e cobalto, todos fundamentais principalmente em um cenário em que se propõe o uso da eletricidade como substituta do petróleo na propulsão de automóveis.

O Brasil a passos largos tem se tornado “O Brasil Colônia do Canadá” e isso porque não temos políticas de incentivo para o empreendedor nacional, nem mesmo temos modelos de certificação nacional para que o minerador brasileiro possa ter incentivo financeiro para empreender aqui no Brasil. Não bastasse isso também não temos um Código de Mineração robusto que diminua o poder discricionário do agente público e possa dar a segurança jurídica, clara, na forma da lei para os empreendedores de um setor que não é nada simples.

Não temos sequer uma política de minerais estratégicos, não sabemos como lidar politicamente com esses minerais no mercado mundial. Simplesmente fornecemos a matéria prima inclusive sem a cobrança do ICMS. Há anos é dado esse benefício através da Lei Kandir.

Se não tivermos a coragem de organizar a mineração brasileira e trazermos para cá o valor agregado, continuaremos com nossa cultura extrativista onde os outros países se beneficiam do valor econômico e nós aqui no Brasil ficamos sempre com o benefício do “Barraco e do Buraco”.

Precisamos democratizar a mineração brasileira que não pode ficar refém de alguns poucos pseudos intelectuais da mineração que entendem que apenas suas verdades devem prevalecer como absolutas. Talvez consigamos através do GT da mineração, aproveitar todas as contribuições técnicas já dadas pelos diversos setores da mineração e que desta vez possamos ter a coragem de tratar o Brasil da forma com que ele merece e acima de tudo tratar a mineração com o respeito e a dignidade que todos os verdadeiros mineradores merecem.

“A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”.

Wagner Pinheiro

Presidente do IDM Brasil