Pó de Rocha, a Independência do Brasil dos Fertilizantes Químicos.

Publicado em 06/08/2025 as 16:17:02

 O Pó de rocha cientificamente enquadrado como Remineralizador é uma técnica utilizada e aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela EMBRAPA que consiste na moagem de rochas, entre elas, basálticas e silicatadas, com granulometria inferior a 2 mm e com a soma de bases, Cálcio, Magnésio e Potássio, acima de 9%, ou seja, nem toda rocha pode ser considerada um remineralizador. O pó de rocha é rico em minerais e é usado na agricultura para melhorar o solo, ajudando as plantas a crescerem mais fortes e saudáveis de forma natural. A partir do pó de rocha é possível suprir parte das necessidades nutricionais das plantas através de um processo que aumenta as atividades biológicas do solo de maneira sustentável.

O pó de rocha também é um conjunto de nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas, composto por mais de 60 minerais podendo inclusive substituir o Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK).  Importante ressaltar que o pó de rocha consta no Plano Nacional de Fertilizantes e está incluído como uma categoria de insumo destinado à agricultura através da Lei Federal 12.890/2013 e da Instrução Normativa 05/2016 do Ministério da Agricultura.

Hoje, uma das maiores duvidas por parte do agricultor está na comparação entre o Calcário e o Remineralizador (Pó de rocha). Pois bem, o calcário é uma rocha sedimentar de cálcio composta principalmente por carbonato de cálcio e em menor quantidade por carbonato de magnésio, sua função principal é corrigir a acidez do solo elevando o PH e neutralizando o alumínio tóxico. Já o pó de rocha, rocha moída ou remineralizador, é um material obtido a partir da moagem de rochas ígneas metamórficas ou sedimentares ricas em minerais silicatados, como por exemplo o basalto. Sua função principal é devolver gradualmente e continuadamente os minerais ao solo fornecendo uma variedade de nutrientes e micronutrientes como potássio, fósforo, manganês, ferro, silício, zinco e outros. Na verdade é rejuvenescer o solo.

Conforme estudos realizados pela EMBRAPA podemos dizer ainda que o pó de rocha ou remineralizador, ao contrário de adubos químicos solúveis, que agem rapidamente, mas tem efeito curto, melhoram a estrutura e a capacidade de retenção de água do solo, estimulam a microbiota benéfica do solo, liberam nutrientes de forma lenta e contínua, o que evita perdas por lixiviação, reduzem o risco de contaminação de águas superficiais e subterrâneas (comuns com o excesso de NPK), evitam acidez excessiva do solo causada por adubos nitrogenados e favorecem a agricultura sustentável com menor pegada de carbono e maior resiliência climática.

Logo é possível dizer que o Brasil em um espaço curto de tempo pode diminuir drasticamente a dependência de fertilizantes importados. Isso significa dizer também da necessidade de um alinhamento entre a Agência Nacional de Mineração e o Ministério da Agricultura para inovações processuais. Veja que atualmente, o Brasil importa 85% dos fertilizantes utilizados na agricultura, especialmente o potássio, fósforo e nitrogênio. O agricultor sabe muito bem o custo de tudo isso e, com o pó de rocha ou remineralizador, podemos reduzir de 40% a 50% a dependência desses fertilizantes importados.

Conforme matéria veiculada na Folha de São Paulo, menos de 1% das lavouras usam o pó de rocha (remineralizador). Seu uso em escala pode reduzir drasticamente essa dependência de insumos importados, podendo colocar o Brasil como líder isolado na produção de créditos de carbono, sem contar na melhoria da qualidade dos produtos produzidos.

Nós do Instituto do Desenvolvimento da Mineração entendemos que é de fundamental importância a promoção de um debate amplo e transversal sobre os benefícios do uso dos Remineralizadores ou Pó de Rochas, bem como, inovação das políticas públicas sobre o tema. É necessário que cheguem a todos os produtores rurais de nosso país sejam eles agricultores familiares, pequenos, médios e grandes a importância da utilização de novas técnicas sustentáveis como forma de regenerar o solo garantindo sua fertilidade por mais tempo e assim deixá-los saudáveis para as futuras gerações.

“Cuide da terra e ela cuidará de você.” (...)

Wagner Pinheiro

Presidente do IDM Brasil